- Pô,
cara! Mas ao menos me deixa mostrar o que é
- Está
bem, está bem. Eu sei. Não se zangue. É que você vai ficar falando um monte de
merda
- Merda,
merda. Afinal, por que estamos aqui? E agora já estamos, vamos conversar
- Hmm.
Garçom! Uma água com gás e limão, por favor
- Rodela
ou espremido?
- Tanto
faz. Espremido, por favor
Saca o celular do bolso. Busca algo em algum lugar.
Lê.
Da faixa para o asfalto
público – das implantações de ciclo-faixas
A
implantação das ciclo-faixas é tão concreta quanto é concepção da diversidade
no asfalto. Um espaço público.
Novas
faixas e, então, novas possibilidades. Uma alternativa em prol do movimento que
pouco flui e muito consome o tempo do cidadão segurado, em lei, do direito de
“ir e vir”.
Chega a água. O garçom abre a garrafa, serve no copo
com limão.
- Está
servido?
- Quero,
sim
- Garçom,
outro copo, por favor. Mais uma água
- Limão?
- Sem
limão
- Sem
limão!
É
na principal avenida, cartão postal, da cidade de São Paulo (Av. Paulista) que
a novidade se torna estratégia promocional.
Meios
midiáticos e redes sociais on-line de compartilhamento anunciam, provocam,
convidam e dão visibilidade para locomoção de um veículo a muito tempo
marginalizado, desvalorizado, esquecido em garagens ou quando nas ruas,
correndo riscos devido a circulação no pouco espaço do meio fio e ou nas
calçadas arriscando a circulação de transeuntes.
Portanto,
o incentivo do uso da bicicleta em tempos de crise da mobilidade urbana, é uma
ação positiva. É benefício ambiental. É transporte de baixo ou pouco custo. É a
possibilidade do movimento alcançado graças aos quilômetros de vias exclusivas
disponíveis.
- Faixas,
faixas. Alguma coisa nessa palavra não me soa bem. Fora que, em dia de chuva
como seria?
- Não sei
- Olha
aí. Está vendo? Não falei?
- Hmm
Pequenos goles nos copos d’água. Do restaurante
passaram a consumir apenas gelo.