terça-feira, 29 de agosto de 2017

ORGANICIDADE NÃO TEM FIM. POR ISSO AINDA HÁ VIDA

agora ... ao lixo com suas plasticsidade.   

- tá descendo!

social.

a cara de quem entra no elevador, é um corredor claustrofóbico, quase parando. é muito pro coração. ficam sem saber onde enfiar o espanto.  

e são tantos espelhos. como não enxergar o próprio projeto urbano.? a verticalização deve de ter esquecido de dizer no briefing: as vistas não alcançarão assim tanta distância, como farão para ver as diferenças.?

ou serviço.

não importa o quanto de educação esteja convencionado no texto, a fala entrega que não seja somente sobre o tempo.

- nossa!, como esfriou ... é melhor subir o zíper desse agasalho, vestir um gorro nesse cabelo.

“ antes de entrar no elevador ” - , verifique

as plaquinhas fixadas não servem ao enfeite. vocês atentem a dos elevadores e repensem o motivo das outras pregadas ao longo das paredes postas frente a frente ao externo.

atenção você aí, fora.!    

a cidade faliu junto de suas regras cheias de propriedades.

perguntem-se: quanto tempo aguenta um prego, uma ata, memorando, boleto, o paletó de tecido preto quente ao sol e, guarda a chuva.? será mesmo.?   

- bom dia 
.

as assembleias seguem priorizando serviços aos condôminos.? ao condomínio.? a mais outra política de cidade limpa.? linda.? para garantir serviço ao pintor.? ao fabricante de tintas.? ao novo empreendedor que fornece trabalhadores a custo de terceirizados.?

políticas velhas em novas roupagens.

- boa noite
.

- baixar é o mínimo.
- mas isso é um absurdo
- não faria sentido

aos vidros escuros como demandam consumidores. de fabrica

- é mais seguro
- é mesmo


fechados. 

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

CADA MELANCOLIA UM RETRATO

Como em todo começo, estávamos juntos. Acontece que já apontava os fins do verão daquele ano. Já corriam as primeiras semanas das jornadas de trabalho.

Já estávamos cansados.

Nesse dia, às cinco, nos encontramos depois de semanas em que você esteve fora, de férias. Nos beijamos tanto. Logo tiramos os calçados e eu tirei suas calças. Comecei a lamber. Lamber. Lamber. Chupar. Parei.

Pensei que deveria ser dito, não dissemos, precisamos conversar. Pois quase nunca conversamos. Contudo ficamos mudos. Fingimos que não fosse nada. Então, eu ali fiquei ao seu lado. Não mais te toquei. Você seguiu. Você me segurou o pulso direito com a mão esquerda, me olhou enquanto se tocava como que dizendo, nem pense sair daí. Fiquei apenas olhando. Você fez, com a mão direita, tudo muito rápido.

- Quero um banho. Me dá uma toalha.

Levantei. Fui até o armário.

- Aqui.

Não tomamos banho juntos. Não nos falamos enquanto comíamos algo.

- Quero ir embora.
- Vamos.

Depois, a volta, é sempre horrível. A casa fica vazia. A cama fica para arrumar. E nosso cheiro fica nos lençóis, nos travesseiros.

“ Chegou? ”

“ Acabei de chegar ”

“ Blz. Boa noite ”

“ Beijo ”

Já era noite. Mas não noite suficiente para meu sono. Eu nem mesmo conseguiria me deitar.

Me enrolei no sofá. Fiquei um tempo. Segui vendo fotos pelo celular. Levantei. Fui até o banheiro. Tirei a roupa. Voltei no quarto, enchi a mão com creme. Sua imagem deitada na cama, aquela velocidade clamando pelo gozo. Gozei.

Depois eu me deitei. Depois eu dormi. Depois amanheceu.