Terrível. De enlouquecer. Perder
a noção do tempo.
Não lembro quando começou,
provavelmente a muito tempo. Lembro de quando notei. Já tem uns bons meses.
Noites de rango na cozinha,
digerindo informações, pensamentos, encontros, desencontros, fazeres do dia e
afazeres do próximo.
Termino. Largo a louça na pia.
Uma tarefa para o outro dia. O inconsciente faz deste mínimo a conferência de minha
existência. Se torna um desejo. É um ciclo que cabe a mim concluir. Infortúnio ou
não é meu restante de individualidade neste mundo.
Guardar. Decidir. É a minha
produção. Para quando for preciso ou eu bem entender.
O sentimento de poupança esquecida que se utiliza apenas quando dá vontade de fazer. Não foi o sucedido aos poupadores da era Collor. Era não, é. Todas as manhãs quando acordo como mágica de política, some.
O sentimento de poupança esquecida que se utiliza apenas quando dá vontade de fazer. Não foi o sucedido aos poupadores da era Collor. Era não, é. Todas as manhãs quando acordo como mágica de política, some.
A louça some. Já foi tocada,
lavada, secada, transportada sem que fosse possível eu mexer.
Quando será minha vez?
Quando terei o prazer ou
desprazer?
Me deixa ser dono da louça que eu
mesmo sujei.