terça-feira, 19 de junho de 2018

LIVRO 3


– até que se aceite o primeiro então, quem sabe um dia ser o livro quatro 


TEXTO 10

acanhado seria o primeiro movimento até entender: o espaço é meu.!

- me movo,

estranho. esse interesse em ver se ver ser ei, oi, você, está falando comigo

é corajoso, de fato, dispor essas voltas 

- sei que estás me vendo,

leitor, não te esqueço. é para você me ver que escrevo: nos reconhecermos  

- me conta, que viram

- me viro, viro, viro e desejo um salto.!

alto

ps. aprender cair 

e rastejar, rasteja, até você

- ei.! estou falando com você 
- ... – tu te acanhas 
- sim você.! me deixa e eu vou mesmo. pode ser?

mesmo que tudo aconteça no silêncio. esse nosso silêncio. que aconteça

deixe-me ir e depois, me chame

- volta – mesmo que apenas com os olhos, somente, tudo bem 

melhor.  

“ que mesmo que desse certo, daria errado ” – P.C 

TEXTO 8 

várias personagens 

- depois dos vinte e cinco, quem não tem uma história? 
- tenho trinta cabelos brancos 

oi
então, não li mais
parei 
não vou poder ajudar dessa vez  
espero que esteja bem 

– foi o fim.

o oito escreve e faz livros pensando poder transar depois – transar não deve significar ausência de amor mas o filho foi a escrita mais linda, lida, documentada. daí esse combustível em falta, por encher, uma porta fechada, mas o desejo: 

- ainda tem pulso

respira

que as paixões influem fazer história, transando antes durante e depois  

!. fumar causa impotência sexual – acende outro cigarro – e sem dúvida alguma, queda de pressão 

o tempo vigia essa ausência, te vê sentado nessa cadeira - é a primeira coisa feita em casa, acender um cigarro, outro 

há sim.! dias solitários, mesmo quando vem gente

!. que advirta algum ministério: alguns atos deveriam todos serem compartilhados (por hora consta com apenas um copo para o whisky) 

a vontade que deixou de ser simples é um complexo monstruoso vendo secar as plantas é preciso ignorar o memorando da plasticidade e atentar a necessidade: deixar o sofá para mais tarde. 

ainda em pé, 

- fiz bolo
- não quero falar disso – talvez seja possível falar de um outro assunto 
- coloquei maçã ao invés das bananas 

falamos da ausência sem dizer uma única palavra, 


que seja.

segunda-feira, 21 de maio de 2018

TEXTO 7


fluxos por minuto que virada  

ÊXODO um URBANO deu problema na COLÔNIA vou me embora PORTUGAL quem pode corre! quem não pode LUTA tchau! as massas ficam E levam PAU. oooo papaizinho que manobra! inglória nosso ouro virar DÓLAR nossas frutas... deixa! deixa deixa viver OLHAI POR NÓIS desabafar não ser somente uma IDEIA porque querem nos derrubar o SOL do céu sem BLUEs longe longe somente uma ESTRELA resta história cadê o BOITATÁ  

TATÁ TATÁ TATÁTATÁTATÁTATÁTATÁTATÁTÁTÁTATÁTATÁTATÁTATÁ TATÁ TATÁ

segunda-feira, 30 de abril de 2018

TEXTO QUATRO


artistas fazem dinheiro!

no

TEXTO 4

e eu

SEM PODER SEM ESCRITA MANTER ME ESCRITOR

- nos conte como foi
- quero um advogado

em escasso caso de estudo conclua que podem ver os olhos, até onde puderem enxergar os ouvidos ou a boca e ou mesmo o faça com o coração, aquilo que estiver ao alcance dos dedos dos pés das pernas que o nariz tocar primeiro

aquele escritor médio notou por excesso de desânimo que o ânimo na vista da senhora de cabelos grisalhos fazia férias com a família pelo litoral surpresa do carisma manifesto na cadela ao guarda sol com pés de areia enquanto ao mar molhados os parentes  

tanto tempo por um home sweet home ” – pensou

outra coisa não seria o planejado

- vai queijinho, senhora?
- o que?
- queijinho!
- não. obrigada

marcava os envelopes com pouco ou nada escrito além de valores que presentes! sorriam agradecidos os netos. pouca prosa mas sempre as melhores risadas. sincera. since mil novecentos e quarenta e quatro  

“pode comer” – mesa farta sempre  

foi um sonho utópico pensar um dia o Estado enquanto federação real e pós “independência ou morte” colonizada sempre aos berros de espadas colheres e panelas Bandeirantes não são somente avenidas

o ano passado foi mil oitocentos e oitenta e, um tal machado escreve, alienista, em plena contemporaneidade

- nossa como é atual

o fato que duas mil e vai bolada, gol da alemanha! vitória conquista e derrota do século vinte um. por favor! parem de empatar nossas urgências  

- tô caindo fora

- me ajudem sair daqui 

quarta-feira, 18 de abril de 2018

ENSAIO SOBRE A FAMÍLIA A CRIANÇA SUA CULTURA


capítulo primeiro

sim teve uma coisa assim não não sei quem são os pais biológicos foi acolhido por um grupo de pessoas mas essa relação nunca foi clara e é o mal da verdade trata se de um desejo: o sonho caro burguês é todo um ideário de privilégios para poucos pagantes sim assim possível crer seria fosse o caso, não é, existirem por esses grupos algum tipo de ajuda mútua acontece que não passam de manutenções através de breves afagos tapinhas nas costas copos de cerveja para a conservação da união de pertences num único e mesmo território delimitado por muros ah sim qualquer proposta fora que pareça ruptura com o patrão, quero dizer, padrão, dá no mesmo, será reprimida silenciada e ou negada sempre faíscas prestes a explodirem a qualquer momento agora

me faltava à mesa do jantar  

sábado, 17 de fevereiro de 2018

ESSA PERSONAGEM que NÃO É UM SONHO FELIZ DE CIDADE

pensa pensa pensa mas – sem autonomia de que vale pensar? tem em vez de que quando crê e chega a confiar na solução que formula, de que vale? –, enquanto país tomando

de que vale?

Era uma vez os dias em que de lulas, parabéns!

- que?

roubados desejam sem pátria amada idolatrada seria dilmais! presidenta eleita uma mulher brasileira! dar fim a autoridade dos patrões. um fora tremer

ninguém aqui pretende ficar claro – que omo multi ação serve apenas dar conta às roupas

- oi passa cartão?
- passa
- embrulha tudo pra viagem! aquilo ali também
- o mico não está à venda, dona  
- não me diga bobagens
- ...
- é para presente

Essa coisa quebrada! é louca e não é um acaso e nunca foi, escolha. os escritos servem para que nada fique em branco.

like or not this shit, I have been in here   

- profissão?
- o que?

o destino todo mundo já conhece, que o de cima
e o de baixo

working for business society


um país tomado! estamos a ver 

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

CARTA AOS ÚLTIMOS DIAS

compareceram em números: os parentes – vieram de carro, outros de ônibus, alguns passaram a madrugada na estrada, assim também os amigos e os amores

todos desejam um dia, nesse dia, serem reconfortantes

ESPERA-SE a morte.

como uma placa no portão. afinal, é a única certeza. mas acontece que, na hora, ninguém ninguém ninguém quer recebe-la

se você já perdeu um filho
...
se você já ... viu um filho morto?

- porque!? porque?! porque!? – você grita

e nessa hora, quem explica?

com tantas histórias no mundo... porque escrever a morte?. porque tanta morte há de escrever? se ainda vivo

- talvez por isso

mas apenas talvez

observe o homem de óculos escuros, distante, parece não dizer que seja uma só palavra, um só cumprimento que seja, distante, acena com a cabeça, somente, seja quem quer que chegue, parece evitar, mantém cruzado os braços
                                                                                                   
- o tempo inteiro?

escondidos atrás do corpo

como a mãe chorava, também chorou.

- nada mais há que possa ser feito

chega um momento em que na sala todos parecem: cansados? riem, contam histórias e relembram outros momentos. que mais fazer, que não chorar?

- ei, baixinho, vamos ali comer alguma coisa

- vê um chokito, pro menino  

aquele doce foi tão importe quanto a dose de pinga

- Tio, quero voltar

num só gole

- vamos


quando voltaram procurou pelo homem de óculos escuros, nada. quando se viu refletido no vidro, já não era mais um menino.