Golpearam
com o carro no poste o seguro que ainda não deu fé do rombo financeiro
planejado para janeiro por clientes cansados de mais e mais pequenas palavras
em paginas e paginas de clausulas contratuais. Simularam elaborados desastres,
tiraram o sono dos jurídicos que falharam ao não notar a falha na página 15,
item quatro, asterisco dois.
O estrondo das batidas já sempre
corriqueiro da via morte cheia de carros, cada um a sua velocidade, sempre
apressada, não deixe para amanhã o que é
obrigado a fazer hoje, foi, desta vez, surpresa na seguradora golpeada que teve
de anunciar corte de gastos a começar pelo Nespresso
servido aos funcionários crentes em uma vida bela das janelas fechadas, de
ar-condicionado ligado, tevê, portas trancadas e, por Deus, pela chuva que
venha, não falte água.
Ainda está lá, o carro abandonado pelos
meninos que seguiram a pé acostumados na prática manjada pela polícia que já
deu as caras. Os agentes de trânsito só mudaram de posição o veículo para não atrapalhar
o trafego. Os militares ouviram poucas palavras de testemunhas que, tem coisas na vida que dos outros não
dizemos nada, passa. Restaram aos pequenas-grandes-causas, papéis e mais
papéis, processos e mais processos de um cotidiano mesmo que, quer saber, por conhecermos
é mais fácil de lidar. Manda arquivar.