Foi deitar
fora do horário.
Teve pouco
dos sonhos todos que gostaria de ter.
7 horas e
30 minutos.
Já era
claro o barulho dos carros.
No aparelho
de celular correu a linha do tempo das redes sociais. Nenhuma chamada ou
notificação. Nenhum evento possível.
Programou
mais dez minutos no despertador.
Mais dez.
Mais dez.
No espelho
a face inchada, o cabelo amassado e uma marca de zíper do travesseiro na
bochecha esquerda.
Preparou
um café novo para não beber do dia passado, deixado na pedra de mármore.
Não
recebeu nenhuma resposta sobre as velhas promessas e também não soube escrever
um novo e-mail.
Não tinha
pão, leite e água, só da torneira. Pensa em comprar um filtro de barro.
Continua
comprando água engarrafada.
Teve
bolacha.
Adiantou a
escrita do diário de observação do bairro, da padaria, da rua, do mercado. Sem ao
menos sair para ver.
17 horas e
15 minutos.
Pensou um
encontro.
Mandou
mensagem.
“Boa tarde”.
Mais nada.
“Boa
noite”.
Mais nada.
“Bom dia”.
Passou catchup mostarda na bolacha água e sal.
Fez café
outra vez.
Nenhum e-mail,
pouco dinheiro.
Escreveu
no diário o mesmo, parecido a semana passada.