velha história moderna

um ciclo

produção – consumo – produção – consumo – produção – produção –estoque – desemprego – consumo – consumo – dividendo dos sócios –aumento nos preços – cheque especial e juros – produção – consumo – produção – consumo

dos valores, do local, das taxas e tarifas, do nosso tempo exigem

e ofertam ideias formatação – não formação – um modelo único

centraliza a renda nos detentores – 1% – dos recursos tecnologia maquinaria – mesma que estabelece – pense você que não, coitado – dum jeito ou dou outro – são eles que estipulam os passos tomados pela gestão / manutenção do meio / espaço onde acontece a vida de todos – 99% – uma enorme maioria compra o pão juntando centavos sufocados sem chances sem diálogo 

Ela 2

Na parede de lousa não tem interruptor

Você não veio tempo suficiente para aprender que não

Não tem interruptor na parede de lousa

Nós não sabíamos o porquê do azul no travesseiro, no seu rosto

Hoje, acordei na madrugada, fui buscar um copo d’água – você sempre me pedia um copo com água – e, assim que terminou o corredor, por instinto, levei a mão direita na parede de lousa

Na parede de lousa não tem interruptor

Notei que não resolveria aprender que não tem interruptor na parede lousa e então, toda vez que você passasse saindo ou entrando no corredor pintaria a mão na cor amarela, rosa, verde ou laranja, apagaria um pedaço das minhas anotações

Por que não tem interruptor na parede de lousa?

Eu poderia, eu posso escrever / rescrever, quantas vezes preciso for, cada passagem sua pelo corredor

Consolação,

circula ação

circula ação 

uma moça bonita, um coração

circula ação
circula ação

- Ei!, presta atenção

circula ação
circula ação

levo a mão ao corrimão

circulo ação
circulo ação

Fradique, um homem, um coração

CIRCULAÇÃO

Ei, eu amo você

Take it easy my little brother

Tudo dá certo, sim. Errado também. Mas ...

não não não NÃO se assuste.

Está com medo, sim, que eu sei. Não negue. Eu sei.

Mas calma. Não tem nada de espírito

Não existem?

Apenas não fique com medo

É que o medo

o medo compra a ideia dos que vendem. medo deve apenas nos atentar, controlar?, nunca!

não se assuste

Também não é nada disso. Você não está ficando louco. acontece com muita gente. É só o nosso pensamento. O meu

Estou pensando em você, em nós. nesse exato momento estamos, estou, muito bem acompanhado

Ela é linda. Vai ver

casamento?

as coisas belas são tantas. nem conheço todas. Espero

vamos ao teatro, proibido para menores de dezoito anos. Nada que com 14 já não estamos vendo

Mas é diferente

Tem arte, política, crítica

Na peça, um conto do Sade, do Marques de Sade

Não vai dizer nada? um: “ legal! ” ? Poxa, estamos indo bem

ânimo, cara

Eu sei, eu sei. esse quarto, sozinho, é terrível

Eu sei que a mamãe não nos deixa sair

Ela tem medo. das violências na tevê. E, sem o velho, não é fácil.

depois você entende

Sim, faz muita falta o velho

Mas segue com seu jeito, não deixa de expressar suas coisas

Pois,

se você não for ciências?, será a própria feira

a professora não aprovou o trabalho?, claro!, não foi exposto na mesa

“Eduardo?, você!, não fez o trabalho, não é mesmo? ”

nem deveria ser, não faria sentido, afinal, fez porquê?, fez bem: vestiu os chinelos e a saia – feitos com caixas de leite – e, rodou por todos os lados, foi ter com os outros um papo, conhecer outros trabalhos

“Ele fez sim, professora ”

os colegas aprovaram,

GENIAL

sabe?, gratidão.