quarta-feira, 2 de setembro de 2020

pa puta q o pariu com essas tecnologias

segunda-feira é daqueles dias da semana em q nada se espera além do q ja se é. ou seja. a propria segunda-feira


n é feriado. quem dera. ou antes fosse. contudo seria muito e somente o prolongamento d + outro domingo. logo. resultaria em mais uma segunda. enfim


- n encontro meus remedios

- o q

- os meus remedios 

- q tem

- n os encontro

- ah é isso. já olhou na bolsa

- sim. em todas 

- talvez tenha deixado na mala do carro

- é. talvez. voce pode dar uma olhada pra mim

- agora não posso 


apesar d ja se lembrar onde estao os remedios. revira mais uma vez as bolsas estao espalhadas por toda casa.  talvez nas prateleiras do banheiro. é óbvio. na cozinha. primeira porta depois da garagem. devem d ter ficado junto das sacolas. deixa me ver 


tum.! 


n pode ouvir a queda porque estavam tapados os ouvidos 


q merda foi essa. uma droga. exaustão. assim que sentiu a tontura jogou o peso do corpo contra parede. um apoio. meu deus. quanto tempo estou aqui. o roupão já n cobre as pernas. merda d novo. foram apenas alguns segundos mas a humilhação. estar no chão e logo após o banho. não acredito. perto da porta. rente ao lixo. levanta a cabeca enquanto o corpo ainda acorda. busca com o olhar ate onde é possivel ver o final do corredor. lá está a cadeira ocupada o dia inteiro e lógico os fones no ouvido. merda. resolve-se só. ate porque n precisaria gastar + tempo com + explicacoes. ainda lhe faltam os remédios 


caça as chaves 


como destrancar as portas sem que toque o alarme 


o alarme sim. esse basta um clique e logo tocam os ouvidos. talvez os dispare d proposito  


no porta luvas. claro


- e entao. encontrou os remedios 

- ahhhh.!  


por isso se nega ir a garagem. outro susto


- mas q cacete. se veio ate aqui n podia ter vindo por mim 

- calma 

- calma uma porra


bate a porta 


- os remedios 

- q tem os remedios 

- deixou-os la dentro outra vez 

- q 


com o susto largou os remédios. cairam no assoalho 


- deixa. eu pego

- vai pega

- as chaves onde estao 

- aqui oh. toma suas chaves 


enche a caneca d’agua . ainda assim os comprimidos lhe ferem a garganta 


- pronto

- sim

- vem. vamos deitar 

- vai ver onde vou deitar. vou deitar minha mão na sua cara 


todo esse odio nada tem a ver com os remedios. os remedios são sim importantes. tem algo com a imunidade. trazem seguranca. logo certa calma. mas o problema n sao os remedios. ou a falta deles. sim. tem um pouco d culpa a segunda-feira. sem duvida. acontece q esse silêncio dos fones no ouvido. faz da casa um cinema mudo diário. os fones no ouvido. esses com toda certeza esquentam e muito a cabeca