segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

cenas cotidiana 4

Golpearam com o carro no poste o seguro que ainda não deu fé do rombo financeiro planejado para janeiro por clientes cansados de mais e mais pequenas palavras em paginas e paginas de clausulas contratuais. Simularam elaborados desastres, tiraram o sono dos jurídicos que falharam ao não notar a falha na página 15, item quatro, asterisco dois.
O estrondo das batidas já sempre corriqueiro da via morte cheia de carros, cada um a sua velocidade, sempre apressada, não deixe para amanhã o que é obrigado a fazer hoje, foi, desta vez, surpresa na seguradora golpeada que teve de anunciar corte de gastos a começar pelo Nespresso servido aos funcionários crentes em uma vida bela das janelas fechadas, de ar-condicionado ligado, tevê, portas trancadas e, por Deus, pela chuva que venha, não falte água.
           Ainda está lá, o carro abandonado pelos meninos que seguiram a pé acostumados na prática manjada pela polícia que já deu as caras. Os agentes de trânsito só mudaram de posição o veículo para não atrapalhar o trafego. Os militares ouviram poucas palavras de testemunhas que, tem coisas na vida que dos outros não dizemos nada, passa. Restaram aos pequenas-grandes-causas, papéis e mais papéis, processos e mais processos de um cotidiano mesmo que, quer saber, por conhecermos é mais fácil de lidar. Manda arquivar.