quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

2016

- Ei!, acorda, acorda

- que foi!?, ein!

- Está vendo isso?


2016


Intensificado. autuado. ei!, parado!

- Tá indo pra onde?

...

- É cidadão de bem?

...

- Pra onde?

...

- Ein!?

Mais que saber, saber como responder, tem de dizer se vai ou se vem, cuidado. E garantir. quem garante?, o que garante?, quem / o que define o ser?, certo ou errado?, dez da noite é mal ou bem?, acompanhado?, o cabelo preso ou solto?, por que?, bermuda ou calça jeans?, vindo de onde?, é sério isso!?, é mesmo!?, responder esse tipo de pergunta outra vez?!  

 Não é possível. faltou dizer?, escrever?, onde foram parar aqueles livros?, e os filmes?, cadê?, cadê?

É de todos o direito de ir e vir, pensar e repensar, viver, criar, ficar e ativar o espaço, provocar e promover diálogos.

- cadê a parada!?, ein!?, cadê?, cadê?
  
Não cabemos todos na curta programação da televisão. Não cabemos, não nos cabe o retângulo entorpecedor, seja a polegada qual for.

Não me parecia preciso. Hoje, diferente, me parece lógico!, eu ligo mesmo, - mãe, cheguei, - mãe, estou bem!.

Não se sabe quando será o próximo interrogatório e, se será permitido – dito, se será possível saber, - por que, ein!?, - pra quem?  

Se todos somos muitas e muitos, somos várias e vários, somos diversos, mulheres, negras e negros, crianças, indígenas, senhoras e senhores, somos adultos e somos jovens.

E se também, me perdoem, sem exceções, até que seja outro o jeito, somos ninguéns.

- Ei!, ei, ei!

Não existe um herói. não existe um modelo.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

sem título.

Tanta história carrega a xícara de café à boca.  

- você sabe? Eu pude ler celso furtado.

cada um Tem seu  jeito de começar o dia. E é um poder começar com pão, torrada, passar manteiga na bolacha, café fresquinho, papear.

Eu pergunto:

- você quer?

Todos querem.

- Não dá. E você sabe disso. Não posso me atrasar.

- Eu te levo.

Nem todos estão privilegiados. Eu sinto, eu preciso, eu quero, eu como?, posso falar sobre classes?   

o que eu vejo?, o que você vê?, o que queremos ver?, e fazer?, o que nos servem?, odiário em transmissão ao vivo não passa em qualquer restaurante, já percebeu?

que mais um negro, morto

mais um
mais um
mais um

mais um pobre ou negro, morto

mais um
mais um
mais um

mais um jovem, morto

mais um
mais um
mais um

qual é o crime mesmo?

cento e onze mortos cento e onze tiros sento e, meu deus!, o que está acontecendo?

- rádio patrulha, na escuta? a casa está em ordem?

walk talk e mais aquela prancheta de anotações.

(   ) sim. ou (   ) não.

- América!, quem vai nos ajudar?

É a pergunta que encerra a programação e, corta! mais um dia, – graças a deus! Enquanto isso propaganda, margarina e, panelas, programação de culinária até a meia noite.

E quem não conseguir fechar os olhos, deitar e dormir, em caso de insônia, programação da madrugada é filme do Brucili