terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Dia de treinamento

Quem treina nossos meninos?

Cap. 1
Na avenida luzes se aproximam, ofuscariam a visão de qualquer um devido a força que transparecem na escuridão. Será um carro?
Luzes da energia privada iluminam a saída de um casal em um dos prédios da mesma avenida.

- Perdeu, perdeu! Passa tudo! Tira o relógio, passa!

Nada de carro. Já perto e já perdido eram duas motos, de ronda, para infelicidade dos transeuntes da via. 
Tensão. Não há arma visível. Tensão. Está demorando muito. Deve de ser a presilha do relógio que não funciona dada as mãos tremulas, sintomas desse abuso que é fruto do descaso com as vidas.
Um grita. O outro está tenso. Posso notar. Fica de apoio.
Na fuga dessa ação, uma busca por trocados, o apoio se atrapalha. Quase fica. É chamada sua atenção.
Está em treinamento.

Cap. 2
Início de noite, movimentado. Horário de retorno aos lares. Dois rapazes caminham. 
Outros também caminham. Uniformizados, voltam da escola; Socialmente vestidos, voltam do trabalho.
Frente ao portão de um prédio um casal de amigos chega depois de horas no trânsito e um papo ainda não concluído. Calor, os vidros abertos.

- Perdeu, perdeu! Perdeu! Desce, desce!

São os dois rapazes e também o casal do carro, todos assustados. Ainda mais os rapazes. O casal, estes, aprenderam com as histórias contadas de tantas outras, não mais vidas e com conselhos cedidos pela própria polícia: não reagir.
Os rapazes se atrapalham. Qual deles vai dirigir? Será que algum deles sabe? Não sabem. Um tenta. Agora não tem mais volta. Tem? Deixar o carro? Arriscado.
Estão em treinamento.